No madeiro da cruz

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Ao contrário da árvore produtora de morte,
Plantada no meio do Paraíso,
Tu levaste aos ombros o madeiro da Cruz
E carregaste-o até ao lugar do Gólgota.

 
Conforta a minha alma, caída no pecado,
Debaixo de carga tão pesada!
Conforta-a, graças ao ‘jugo suave’
E ao ‘fardo leve’ da Cruz.

À sexta-feira, às três horas,
Dia em que o primeiro homem foi seduzido,
Foste pregado na Cruz, Senhor,
Ao mesmo tempo que o malfeitor e ladrão.


As tuas mãos, que haviam criado a Terra,
Estendeste sobre a Cruz, ao contrário
Das de Adão e Eva, estendidas para a árvore
Onde foram colher a morte.


A mim, pecador como eles, e até muito mais
Do que eles, perdoa, Senhor, os delitos,
Como já a eles perdoaste na região
Donde toda a esperança foi banida.

 
Tendo subido à Santa Cruz,
Toda a transgressão humana apagaste
E ao inimigo da natureza humana
Nela cravaste para sempre.


Fortalece-me sob a proteção
Desse Santo Signo, sempre vencedor,
E mal ele apareça a oriente
Ilumina-me com a sua luz!


Ao ladrão que estava à tua direita
Abriste as portas do Paraíso:
Assim Te lembres de mim quando vieres
Na realeza de teu Pai!


Assim eu próprio possa um dia
Ouvir proclamar a sentença que faz exultar:
‘Hoje mesmo estarás comigo
No jardim do Éden, tua primeira pátria!’

(São Narsés Snorhali)

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